quarta-feira, 8 de agosto de 2012

VOCÊ MORRERIA POR ELE?




                    Jesus Cristo, o Filho de Deus, se fez carne entre os homens há muito tempo atrás. Isto é fato; portanto, uma verdade incontestável! Ao tempo de seu nascimento, não havia quaisquer registros fotográficos que pudessem comprovar tal evento. Contudo, a estória, oral e escrita, que versou sobre todos os acontecimentos da vida deste homem singular, em seus efêmeros 33 anos de vida, quando pregou as Boas Novas vindas dos céus aos homens e mulheres, nesta terra condenada às mazelas, às tribulações e à desgraça, mudou, para sempre, a trajetória da Humanidade, desde os dias da Criação pelo Todo Poderoso Deus, na face do Elohim, até à anunciação do mandamento do Amor como ensinamento máximo, ordenado pelo pai celestial e transmitido por Jesus.


         Contaminado, o mundo jazia, desafortunadamente, no maligno; e a única forma de redenção do Homem deveria ser, como fora,  através Dele: aquele que proclamara ser o filho do Deus altíssimo - a  encarnação da mais implacável das profecias, predita 700 anos antes de seu nascimento pelo profeta Isaías, e que se corporificou, humanamente, para que o plano do Senhor fosse levado a termo, em toda sua glória e majestade. A palavra seria cumprida, imperiosamente, e a comiseração, a paixão, a dor e o sacrifício seriam a tinta rubra, que derramaria sobre o coração do Unigênito do Pai, que, sem mácula alguma, pereceria em um madeiro ignóbil para impedir que a Humanidade, um dia, padecesse em um sofrimento eterno por causa do pecado e da desobediência sem, ao menos, ter tido a chance para o arrependimento.

             Maria, ao receber, em sonhos, a visita do Arcanjo Gabriel, tornara-se a escolhida por Deus para gerar e conceber o tão esperado Messias, que viria para trazer a paz, o amor, a justiça e o perdão. Sem ser tocada por homem algum e nem por seu marido - José, o carpinteiro -, aquela humilde mulher carregou, em seu ventre, o homem que traria a verdadeira salvação à Humanidade e lavaria, em seu sangue, todos os pecados, todas as aflições, todas as dores; toda a ansiedade e toda desesperança que grassou no mundo, e que distanciara a criatura do Criador. Maria, a mãe de Jesus Cristo, não sabia, com efeito, o papel que teria na vida do Filho do Homem, ao ser a serva eleita pelo Altíssimo para dar à luz o Salvador do mundo - o Príncipe dos Mortos, o Rei dos Reis; o nome acima de todos os nomes!

                
             Um astro enigmático e fulgurante nos céus - um sinal prodigioso enviado por Deus - anunciava o nascimento do então menino Jesus. Humilde, a família de José não tinha lugar para passar a noite da natividade, e aquele corpo celestial indicara, como predissera a palavra profética, o lugar onde Maria, a agraciada,  conceberia o Príncipe da Paz. Nada mais, nada menos que uma manjedoura. Perto de vacas, cavalos e em um berço improvisado, aquecido somente pelo calor dos animais e do feno, o Messias, enfim, nasceu para que um novo tempo despontasse no horizonte e a  Humanidade não mais padecesse sob a maldição do pecado original. A profecia, enfim, cumpria-se e o filho da promessa, o herdeiro da casa de Davi, reluzia diante da reverência de três reis magos vindos do Oriente. A vida do Messias estava, indelével e simbolicamente, descrita no Ouro, no Incenso e na Mirra, trazida por aqueles homens, que apareceram e desapareceram de forma misteriosa. No ouro, a realeza do Filho do Homem, no incenso, o sacrifício de morte, e na mirra, a cura do médico dos médicos.

            Doze anos depois, Jesus, apenas um adolescente, estava no templo, ensinando aos mestres da Lei as máximas do Senhor; e todos maravilhavam-se com as proezas, a destreza e a sabedoria proferidas de seus lábios, pois os princípios, as ordenanças e as mensagens celestiais eram reveladas, indistintamente, para que rabinos, fariseus, saduceus, publicanos, e todos aqueles, que ouvissem suas sentenças oportunas e contundentes, refletissem sobre a prática da fé, através do Amor - dom dadivoso e gratuito, que Deus dera aos homens, de forma incondicional, mas que, lamentavelmente, não estava sendo exercitado, a contento, pois a letra fria e morta da lei preponderava sobre o espírito vivificante e altruístico da misericórdia divina. Jesus, ao tempo de sua vida, prenunciaria, de fato e de direito, a exuberante era da Graça.

              Os anos se passaram e Jesus desaparecera da vista dos homens. Mais tarde e já adulto, o Filho do Homem ressurgia vigoroso para finalizar o projeto da salvação, que deveria alcançar a todos, através de sua pregação, que privilegiava, preferencialmente, o pobre, o necessitado, o aflito e o necessitado - os verdadeiros filhos de Deus, que, arrependidos, estariam na Glória com o Pai, e se sentariam à mesa para participarem do grande banquete espiritual. Assim, o Verbo tornado carne andaria pela terra, por mais três anos, até ser suspenso na maldita cruz e morrer da forma mais cruel que um homem poderia sucumbir. Morte de cruz; morte indigna; a mais pavorosa das mortes! O seu reaparecimento, na condição de Mestre, vaticinava os rumos das Boas Novas; mensagens de regozijo e renovo trazidas dos céus por meio dos 12 discípulos, que Ele chamara, para o grande trabalho a ser realizado. Assim, andar no meio dos desfavorecidos fora a tônica do evangelho que Ele pregara antes de seu sacrifício, antes de sua paixão inigualável pela Humanidade e que lhe custou a própria vida.


             Sem mácula alguma, o homem de Nazaré preparava o seu caminho para a glória excelsa; para o triunfo colossal, nos últimos anos de sua vida por onde andava, incansavelmente, ensinando a prática do bem e transmitindo os princípios do Reino de Deus a todos na terra. Jesus, aonde quer que fosse, não tinha lugar para repousar a sua cabeça, pois o tempo urgia, e o plano da salvação, do arrependimento dos homens, quanto aos seus pecados, e a ordenança sobre o ato de amar o próximo, deveriam ser cunhados como os novos fundamentos de um evangelho, que emergiria, através da revelação da promessa de Israel para alcançar todos os povos da Terra, igualitariamente. Restava, portanto, ao Filho do Homem poucos anos, poucas horas, poucos minutos. A chamada final fora propagada laboriosamente! Seus discípulos, aqueles que dariam continuidade ao seu ministério, avançando em todas as direções, à exceção de Paulo, que não conheceu a Jesus, sendo, portanto, apóstolo tardio, enfrentaram as agruras de um tempo em que pregar o evangelho da salvação significava morrer em nome do Senhor Jesus Cristo.

               Das bem-aventuranças à multiplicação de pães e peixes para uma multidão sedenta e faminta; do embate visceral com fariseus e saduceus, que tentavam, a todo custo, incriminá-lo; das diversas parábolas sobre as máximas do Pai, e da necessidade de todos em buscar a Deus, acima de todas as coisas, à traição, que sofrera, por Judas Iscariotes, culminando em sua condenação e posterior crucificação; e das palavras finais  acerca de sua morte e ressurreição, determinando a Pedro o cuidado de suas ovelhas, e o fundamento de sua igreja, o Filho do Homem, para além da labuta, em terra sanguinária e em um mundo, onde a desgraça invadia lares e corações, foi fruto de uma promessa, que remontara aos tempos mosaicos, quando Deus escolhera um povo - os Hebreus - para manifestar a Sua glória na terra, e, por isso, constituindo-se na garantia de vida eterna para os filhos da Graça, após o evento de sua assunção, com a vinda do Espírito Santo; e, para o regozijo de todos que Nele crerem, a sua segunda vinda, para, definitivamente, reinar soberano, ao lado do Pai.


               Esta estória é sabida por todos, e não há nela qualquer elemento substancial que possa ilegitimá-la ou pôr em questão seus fundamentos. A composição é cristalina e cabal: uma profecia narrou a vinda de um homem, que salvaria a Humanidade. Assim, a  promessa, que germinaria com o tempo de Deus até o seu cumprimento indelével, fez com que milhares de pessoas vivessem, sofregamente, todas movidas pela fé e pela esperança, acalentando o sonho de que testemunhariam a vinda do Messias, glorioso e poderoso, como um grande guerreiro, que pensavam, e que desceria dos céus para libertá-los do jugo dos inimigos. Desse modo, um povo resistira a todas as provas de sobrevivência as quais uma nação pudera passar. Da saída do cativeiro no Egito à travessia no deserto; do livramento dos grilhões de uma escravidão milenar aos milagres feitos por Jeová, até alcançar à terra que mana leite e mel; do surgimento de uma nação, cuja religião emergira de uma lei promulgada pelo Senhor dos Senhores; e da tradição real, jurídica e profética, consagrada na Torah; a imagem de um homem, que viria, para salvar não somente o povo judeu, mas todas as nações da terra, já se constituíra, ao longo de toda existência dos hebreus, através das aparições epifânicas, dos patriarcas, da palavra inequívoca dos profetas, do fenômeno da anunciação de seu nascimento e na pregação daquele que clamou no deserto, chamando todos ao arrependimento, na encarnação do Filho do Homem: Jesus, o Messias, Cristo, o Ungido.


             A morte de Cristo, o Unigênito de Deus, uma vez consumada, selou, para sempre, o destino da Humanidade, que, a partir de sua crucificação, obteve a chance imperdível de receber a salvação e livrar-se do pecado, senha infalível para a morte individual. Nada impediu que as Escrituras fossem cumpridas; ninguém foi capaz de conter o aguilhão da morte, que ceifou a vida do mais humilde dos mortais, do mais puro dos homens, do cordeiro pascal, que, imaculado, rumou para o gólgota, mergulhado na resignação, no silêncio, e sufocado pela injustiça, pois o Cristo sabia que a condenação a Ele imputada fora a tradução inexorável da crueldade, da perversidade e da insanidade dos homens e mulheres de seu tempo. No entanto, uma vez morto, o filho de Deus descera aos infernos, pregara aos encarcerados do submundo, reaparecera diante de seus discípulos para, por fim, ratificar o advento da era da Graça e a consequente vinda do Espírito Santo a ser derramado sobre todos os filhos de Deus. A palavra estava, definitivamente, cumprida, o plano de Deus fora levado a termo e a Humanidade, enfim, pudera aceitar o primogênito do Pai, morto, sem nunca ter pecado, para ser o nosso único e suficiente salvador. 

                   Para que a Humanidade fosse salva, um homem teve de ser assassinado, brutalmente, sem, ao menos, ter tido o direito de renunciar a missão à qual fora enviado. Morrer no lugar de todos; de ímpios e justos; os que antecederam e os que sucederam a sua existência; aqueles que não o viram e os que testemunharam a sua passagem por esta terra desolada; aqueles que não o conheceram, e, ainda, todos os que nascerão até que venha o dia do Senhor. Assim, inúmeras indagações são imperativas diante do fato inegável, que fora a morte de Jesus Cristo, para que a ira do Senhor não irrompesse no mundo e consumisse a todos, de forma implacável, pois, no plano da salvação, estavam implícitos a misericórdia e o perdão divinos. Quais sejam: quem morreria por alguém gratuitamente? Quem, em sã consciência, nasceria, cresceria e cumpriria o propósito de morrer por bilhões de pessoas as quais jamais seriam vistas? Quem abnegaria de si em prol de outrem para que gerações e gerações pudessem gozar da paz e do amor universais? Como pode um inocente dar a sua própria vida para que a desgraça não assole um mundo inteiro? Por que um homem decidiu, um dia, apaixonar-se pela Humanidade, de tal modo, que carregou sobre si, na cruz, toda a ansiedade, além de cambiar a própria vida em troca da salvação eterna de todas as pessoas? Por que um homem, que nunca cometeu um pecado sequer, morreu para que todos os pecadores tivessem vida, e vida eterna e em abundância? 

                   As indagações não cessam e jamais cessarão, pois é vã a compreensão humana diante da sabedoria augusta de Deus. Entretanto, paira no ar o silêncio dos lírios, que florescem nos campos, pois somente um homem fez isso, e após este sacrifício jamais haverá outro semelhante, desde o dia em que Deus ordenou que a Luz irradiasse por todo Universo. O silêncio dos lírios é, também, o silêncio de um inocente, porque, sem quaisquer respostas para os infinitos questionamentos, que podem ser elaborados, a partir do ato de renunciar-se a si em detrimento de todos os mortais, tem-se, inequivocamente, uma conclusão: o amor incondicional de Deus pela Humanidade, que entregou seu filho aos algozes, que o condenaram, impiedosamente, e o mataram de forma vil.

                    O amor do Homem por seu próximo é ínfimo e condicional. O ato de renúncia, para a maioria das pessoas, é algo inimaginável e inatingível. Morrer para salvar a vida alheia é impossível para homens e mulheres. Apaixonar-se pelo próximo a ponto de perder a própria vida, conscientemente, é utopia. Ser acusado, condenado à morte, sem ter o direito pleno de defesa, é inaceitável em grupos sociais que, pretensamente, proclamam a justiça, e que, muitas vezes, vacila em sua eficácia. Assim, ao pregar o mandamento do Amor, Jesus Cristo sacrificou-se em nome do mais sublime dos sentimentos para que homens e mulheres deixassem de receber migalhas; restos de comida para, verdadeiramente, ascenderem à condição de filhos e filhas de Deus, e, assim,  poderem participar da ceia, que o Pai tem preparado para todos nas altas moradas celestiais.



              E quanto a você, que está lendo este texto e, certamente, está refletindo sobre a trajetória do homem impecável, que foi torturado até a morte para que pessoa alguma sofresse, na carne e no espírito, o que Ele sentiu? 
                     Você, que é um pecador, como todos nós, morreria por Ele? 

Acorda, Cristão!


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